Mar
31 de outubro de 2016
Há dez dias que vivo no mar. Com o sal, o sol, as ondas e o vento.
Desde a largada em IJmuiden que não pisamos terra. Desde a largada que vivemos num inconstante mas permanente baloiçar. Desde a largada que vivemos 42 pessoas, num barco de 50 metros.
Os dias são atarefados e passam rápido. O som do mar, a brisa e as ondas já me são familiares. Mas, de vez em quando, olho para mim, olho para nós e apercebo-me que estou a viver num barco. Há 10 dias que vivo o mar, no mar e com o mar.
Há pouco tempo perguntaram-me, a mim e às minhas colegas de quarto, se as nossas coisas no lavatório que temos no quarto não caem constantemente. Nós respondemos aquilo que diariamente temos como garantido – “Depende do mar”. O nosso dia-a-dia depende das ondas e do vento.
“Amanhã fazemos pizza para o almoço, se o mar não estiver muito agitado”
“Amanhã podem nadar, se estiver bom tempo”
“Chegamos a Tenerife em 3 dias, se o vento assim se mantiver”
Enquanto olho para a nossa vida com o mar percebo quão pequeninos somos. Nós e o veleiro de 50 metros onde vivemos.
Viver rodeada deste mar tão único tem me feito olhar de uma forma mágica para a imensidão de pequenas ondas que se formam nas contínuas e infindáveis grandes ondas que estão constantemente à nossa volta.
Nos últimos dias o mar tem estado calmo. Pequenas ondas, pouca agitação. Noites extraordinárias e pouco frias. Dias solarengos e temperaturas amenas.
Algas fluorescentes durante a noite, golfinhos durante o dia!
Mimi at Sea