Portsmouth
14 de dezembro
“It feels like we stepped into heaven”. Não podia ser mais verdade.
Entrámos num barco. Vivemos num barco durante 16 dias. Parámos. Saímos. Estamos do outro lado do Oceano Atlântico!
Estamos em Portsmouth, Dominica.
A costa da ilha é extraordinária, repleta de uma vegetação muito verde e exuberante. Palmeiras e, em grande abundância, “Golodor ceedan”, uma árvore que, vista de longe, nos faz pensar em brócolos.
Portsmouth pareceu-me uma cidade pequena, uma espécie de extensa praia que cobre alguns quilómetros e com algumas casas espaçadas entre si.
Acordámos para um sol extraordinário, um pequeno almoço cheio de fruta local, melancia, ananas e bananas.
Fundeados na mesma baia mais dois veleiros, vários pequenos iates, pequeninos e médios barcos de pesca. Saímos do barco e fomos deixados por um semirrígido, conduzido pelo Sam, numa praia. A referencia que tínhamos era da existência de um mar belíssimo para snorkeling. O dilema pôs-se, vamos nadar ou procuramos um restaurante ou bar com wifi. Longe de casa e de terra há 16 dias, acabámos por optar pela procura de wifi. No entanto, não tínhamos noção, por essa altura, do desafio que tínhamos pela frente. Andámos ao longo da praia durante um bom bocado, o primeiro grupo encontrou wifi mas não parámos todos para não sobrecarregar a internet do café. Assim, continuamos a andar para a parte mais interior da cidade.
As pessoas falam todas inglês, os volantes são do lado direito dos carros e passear pela cidade pressupõe ver e sentir uma alegria, pureza, simplicidade e paz extraordinárias.
No caminho encontrámos três sassers que passeavam com um dominicano. Foram ao mercado de fruta e passado pouco tempo o senhor que passeava com eles voltou, veio ter connosco e perguntou se queríamos ir ao mercado. Eramos um grupo de cinco, em que a prioridade era encontrar wifi. Explicámos-lhe e a verdadeira busca começou.
Primeiro levou-nos a um escritório e uma senhora que lá estava à porta, ouviu a nossa história e acabou por nos dar a palavra passe do wifi no escritório, que já estava fechado. A ligação não era boa e acabámos por não ter sucesso.
Quase em simultâneo, apareceu uma amiga do nosso amigo dominicano. Falaram e ela prontificou-se a ajudar-nos. Acabámos por descobrir que tinha um restaurante com internet. Caminhámos com ela e, já no restaurante, dois rapazes com 10 anos colocaram-nos a pass do wifi nos telemóveis.
Ficámos no café durante a tarde toda, saímos perto da hora do jantar. Havia muito poucos restaurantes abertos e quando andávamos ao longo da praia, encontrámos a nossa tripulação num pequeno mas simpático bar. Perguntámos ao dono onde podíamos encontrar aquela hora um sitio para jantar. Andou connosco alguns metros e apontou-nos ao fundo da rua um sitio onde haveria jantar pronto. Disse-nos “She will have food ready for you, but if she doesn’t, come back, have a drink and wait with us”.
Andámos e chegámos a uma espécie de uma pequena cabana, com musica e várias pessoas à volta do balcão. As hipóteses para jantar eram entre “fish and chips”, “chicken and chips” ou “chips”. Sentámo-nos e comi as melhores chips da minha vida.
Um senhor dominicano que durante o jantar conversou connosco, disse-me “everyone in Dominica is nice, if you are also nice to us, you will only find kindness back”.
Mimi at sea