“Freedom, peace and love”
18 de dezembro
É difícil de descrever o quanto adorei conhecer, viver e perceber esta tão incrível forma de viver dos Rastafaris. O grande lema é “harmony, unity – that’s the way it’s gonna be”. A forma de olhar para a vida é simples, genuína e tão rica de conhecimentos!
Vivem em Zion Valley, 11 pessoas, uma família. O avô, Moses James, já lá cresceu e agora vivem lá 3 gerações da mesma família.
No primeiro dia conheci essencialmente os netos, a terceira geração. São quatro, entre os 5 e os 13 anos de idade. Todos diferentes mas com algumas caraterísticas em comum. Neles vi enorme liberdade, alegria e uma genuinidade indiscritível nos sorrisos que os caraterizam.
Conhecemos um pouco de tudo, através de pessoas e experiencias diferentes. Fomos às Victoria Falls, cascatas verdadeiramente incríveis, separadas das casas da família por uma caminhada de 30 minutos. O Moses falou-nos da história dos Rastafaris, da filosofia de vida que os carateriza, do período negro que passaram em Dominica, do crescimento daquela grande casa e família tão inserida no mundo natural.
Com os mais novos e mais velhos aprendi imenso quanto ao que nos rodeava. Utilidades, tipos de plantas e árvores, uma quantidade incrível de funções para uma quantidade infinita de variantes da Natureza.
Os pequenos-almoços foram algo do outro mundo. Manga, ananas, papaia, banana, laranja, lima, melancia – um arco iris de cores e sabores, num prato que só por si é um fruto. Os pratos são construídos a partir de Calabash, uma fruta esférica que quando chega a um determinado ponto de maturação é colhida, cortada em duas metades, retirado o interior e desinfetado. Todos os pratos, para fruta, pratos principais e sopa, eram feitos a partir de Calabash.
Vivi durante três dias descalça, com tinta de uma árvore no cabelo, em bikiki e a vestir constantemente uma alegria que se sobrepunha a tudo o resto.
O que de forma mais forte senti foi como aquela vida tão simples, é natural e faz sentido. Percebi que, de facto, precisamos de muito pouco. O essencial é muito fácil de encontrar. Estando presentes, com a mente a andar e a viver com o corpo, desfrutar é uma tarefa simples.
Aprendi a olhar para a escola que a vida é por si só. Aprendi a olhar e valorizar a enorme quantidade de conhecimentos que o nosso papel na Natureza e no mundo nos pode trazer.
Mim at sea
