San Blas, Uma Comunidad(e)

8 de janeiro

São 500 habitantes, 3 polícias (dois homens e uma mulher), é um mundo mágico à parte de tudo aquilo que alguma vez conheci, vivi ou senti neste mundo. Talvez um dia consiga encontrar palavras para a magia e surrealidade de tudo o que vivi nestes dias em San Blas.

Visitámos inicialmente uma das 150 ilhas do Arquipélago de San Blas. Sinto que o que vi me abriu os olhos, cabeça e coração para uma vida inteira.

Parte da história dos Kuna inclui a presença de uma “Comunidad” por ilha, um espaço, espécie de tenda construída essencialmente em madeira, em que vários membros da comunidade reúnem com determinada frequência e discutem como melhorar a vivência comum. No centro do espaço estão alguns hammocks, todos colocados lado a lado, rodeados por bancos de madeira. Viemos a perceber que nos hammocks se sentam os lideres da reunião e à volta, nos bancos de madeira, os outros participantes.

Começamos a primeira tarde, o primeiro dia, na Comunidad. Um senhor da ilha falou-nos do papel do espaço, da ilha e das pessoas.

Depois da breve visita à Comunidad, fomos a pé até a uma pequena praia. Foi neste passeio a pé que senti o primeiro grande impacto da diferença brutal entre tudo o que alguma vez conheci e esta ilha. Ruas é um conceito completamente diferente. Não se vê cimento, o chão é essencialmente areia. As casas de portas abertas, com hammocks habitualmente no centro. E as pessoas … vive-se um sentimento de grande família. A cada curva ou esquina há crianças a correr e brincar, mulheres a vender tecidos, pulseiras e artesanato e homens junto aos barcos de pesca. Em todos se sente uma riqueza extraordinária, uma alegria encontrada numa vida muito simples.

Velejamos nuns pequenos barcos de madeira, com um mastro, uma vela e um remo. A cada minuto a velejar naquele barco, olhava para o nosso e sentia o quão diferente é a vela, o mar e o vento num veleiro de 50 metros e num barco de 4. Foi giríssimo e vimos de perto mais algumas outras ilhas do arquipélago. Um mar azul, incrivelmente transparente. Areia clara, palmeiras verdes.

Senti-me num postal, pintura ou imagem do google.

Mimi at Sea