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Oito numa ilha


12 de janeiro de 2017

Ao contrário de San Blas não são 500 habitantes, 3 polícias e uma 1 ilha. É sim uma ilha mas, desta vez, apenas com 8 habitantes e 3 gerações - uma avó, três filhos e quatro netos.

Enquanto navegávamos para San Blas soubemos que íamos viver durante três dias numa ilha em que nos poderíamos alimentar única e exclusivamente daquilo que a natureza espontaneamente nos oferece, atividade que nos foi apresentada como “Survival”.

No dia 10 de janeiro, tínhamos todos mochilas maiores que nós próprios, carregadas, entre outro material, com feijão e arroz para complementar o que a natureza nos daria... Tudo preparado para os 3 dias, 2 noites.

Depois do almoço fomos para a ilha. Quando chegámos estavam o Sam [Comandante do Regina Maris] e mais alguns membros da tripulação a fazer skimming, cair, nadar e levantar, repetidamente. Desembarcámos todos - nós, os sacos e as mochilas.

O `assobio tocou´ [chamada geral para os tripulantes sassers], falámos todos, apresentámo-nos aos donos da ilha e começámos a trabalhar nas nossas cabanas. À base de folhas de palmeira, paus de madeira e cabos, fizemos, durante umas 3 ou 4 horas, uma cabana... Com outras duas pessoas consegui construir uma cabana semi anti vento, semi anti chuva. Adorei a cabana, tanto aconchegada como arejada, quente e fresca.

Em pranchas de skimming fizemos pão. O pão, arroz e feijões, tudo grelhado na fogueira, constituíram a base das nossas refeições durante os 3 dias.

De manhã abríamos cocos com pequenos machados, nadávamos, jogávamos todos voley, passeávamos, conversávamos, "experienciávamos". Conhecemos e aprendemos com os donos e habitantes da ilha e falámos com vários velejadores que visitavam por algumas horas a ilha.

Esta experiência permitiu tornar reais algumas das minhas imagens e fantasias de criança numa ilha paradisíaca com palmeiras, tantos e tantos cocos e um incrível mar azul!

A dona da ilha é uma senhora supersimpática, a avó, que costura os fantásticos tecidos característicos das ilhas de San Blas e faz “’Sharikas’’, grandes pulseiras. Ambos símbolos da cultura Kuna.

A família vive uma tranquilidade que no papel é difícil de descrever. Uma tranquilidade só possível de sentir, ouvindo e vivendo esta natureza, as folhas das árvores, o vento, o Sol, a chuva, o mar, sem todos os outros sons, de carros, buzinas, telemóveis, alarmes, campainhas...

Os relógios de todos ficaram no barco. Vivemos três dias em que para calcular o momento do dia em que estávamos, usávamos a posição do Sol como referencia. Caso contrario, não calculávamos nada e vivíamos o dia, vivendo cada momento e sabendo que cada momento era pura e simplesmente aquele momento.

Sem saber o que vinha ou não vinha a seguir, vivemos sem horários e horas.

Mimi at sea


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